Ano de 1989, alguém te pergunta: “quais são suas maiores referências infantis no Brasil?” A primeira resposta seria, sem a menor dúvida, Xuxa e depois alguma de suas discípulas como Angélica ou Mara... Até aí nada de novo, mas e se mudássemos um pouco a pergunta? “Quais são suas maiores referências infantis no cinema brasileiro?”
Xuxa certamente continuaria no
páreo, pois tinha se aventurado na sétima arte no ano anterior, com "Super Xuxa Contra Baixo Astral",
obtendo uma bilheteria respeitável. A diferença é que, ao invés de uma das
fadinhas apresentadoras, figurariam ao seu lado "Os Trapalhões". O quarteto também fazia sucesso na televisão e
na venda de produtos licenciados, mas era
no cinema que o grupo de humoristas era um fenômeno impressionante. Eles
lançavam dois filmes por ano, sempre com bilheterias expressivas, vencendo, na
maioria das vezes, seus rivais americanos.
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Xuxa e os Trapalhões: maiores referências infantis no cinema brasileiro |
E a dobradinha Xuxa-Trapalhões no
cinema já tinha rendido alguns trabalhos: o primeiro filme foi "O
Trapalhão na Arca de Noé" (1983), produzido durante o período no
qual Renato Aragão estava separado dos outros três trapalhões. No ano seguinte,
Xuxa esteve presente no filme que marcou a reconciliação do quarteto: "Os
Trapalhões e o Mágico de Oróz" (1984). Em 1985, a parceria se
intensificou e veio o filme "Os Trapalhões no Reino da Fantasia",
onde a loira teve um maior destaque na aventura, mas ainda com o status de
convidada especial.
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A participação de Xuxa nos filmes dos Trapalhões crescia a cada ano: de uma rapidíssima participação no final de "Arca de Noé" ao quase protagonismo em "Reino da Fantasia" |
Era chegada a hora de falar de
igual para igual, estava prestes a nascer “A Princesa Xuxa e Os Trapalhões”. Só
pelo nome, já temos que ver o “upgrade” que a loira agora representava: seu
nome era parte do título e ela nem interpretava a si própria na história.
A quinta trapalhona
Esse destaque, de igual
importância, entre Xuxa e os Trapalhões, deve-se a vários motivos. Um deles era
a força comercial que ambos tinham no mercado brasileiro. Mas o motivo
principal era que a Xuxa tinha tanta
sintonia com o quarteto, que passou a ter o status de quinta trapalhona.
“Xuxa entende como ninguém o espírito dos Trapalhões.
A gente sentiu que ela tem jeito pra aventura. No filme em que era freira, ela
dizia que queria aventura, pular muro. No filme, ela é uma atriz, não uma
apresentadora. Ficou tudo bem encaixado, nada forçado.”
Renato Aragão para a Revista Semanário (21/03/1989) e Jornal O Liberal
(25/06/1989)
Definitivamente esse era um filme DA XUXA com os Trapalhões. Renato Aragão, que sempre criava o argumento de todos os seus filmes, fez a história especialmente para a Xuxa brilhar, embora o convite para a parceria tenha partido da própria ainda durante as filmagens de “Super Xuxa...” (Programa Os Trapalhões, 02/04/1989).
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Com a presença de Xuxa no palco, os Trapalhões contaram sobre o filme na TV pela primeira vez juntos. Quando o programa foi ao ar, as filmagens já estavam na reta final. |
José Alvarenga Junior: o profeta alvinegro
Em time que está ganhando não se mexe... mas todo bom time tem um
bom técnico. Temos que falar um pouco de José
Alvarenga Junior para que você entenda essa repentina menção a futebol no
meio de uma matéria sobre Xuxa e os Trapalhões.
Ele tinha apenas 28 anos quando
dirigiu "A Princesa Xuxa e os
Trapalhões". Porém, apesar de jovem, esse já era o seu quarto trabalho com o quarteto (três
como diretor solo e um como diretor assistente), e era uma parceria que estava
dando muito certo. Seu filme anterior, "O Casamento dos Trapalhões" (1988), atingiu a marca de
4.779.027 espectadores (Fonte: Ancine). Desde 1982, o grupo de humoristas não atingia um público superior a quatro milhões de
pessoas.
Seu diferencial foi enxergar
seriedade onde a maioria só via o cômico e isso lhe garantiu a confiança de
Renato Aragão:
“Quando fui diretor assistente em "Os
Fantasmas Trapalhões" (1987), Renato ficou impressionado com a forma que
eu dirigia as cenas de ação e me convidou para dirigir seu próximo filme, “Os
Heróis Trapalhões” (1988). Minha escola é a de Steven Spielberg (Indiana Jones,
ET, Jurassic Park) e era essa agilidade encontrada nos filmes do diretor
americano que eu queria trazer. Quando o Didi e o Dedé caiam na porrada, eles
caíam na porrada mesmo. Eram cenas complicadas de se filmar, pois envolviam
toda uma coreografia”.
Torcedor do Botafogo/RJ, ele sempre coloca menções ao seu time do coração em seus trabalhos. Para o diretor, cinema e futebol se assemelham: “Percebi que o público se envolvia com o filme como se fosse uma torcida de futebol, pois as crianças riam, choravam, gritavam. O fato de ter menção em meus filmes, não apenas ao Botafogo, mas a outros times de futebol, ajudava a mexer com a plateia”.
Você viu, ele previu: Ele não imaginava que uma simples menção
se tornaria uma profecia. Em uma cena de “A
Princesa Xuxa e os Trapalhões”, um menino segura um adesivo, que dizia que o Botafogo seria campeão em 2010. Isso
de fato aconteceu, com o time vencendo o Campeonato Carioca daquele ano. Os
veículos que cobrem futebol divulgaram bastante esse fato (como o Globo
Esporte) e, segundo o diretor, isso continua repercutindo até hoje.
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O momento em que "Princesa Xuxa" profetiza a vitória do Botafogo em 2010. O fato virou notícia na imprensa especializada do esporte |
A história
Conceber uma história futurista
permitiu brincadeiras como a do Botafogo, mas isso é só um grãozinho de areia
na aventura que aguardava Xuxa, Didi e cia. Acreditamos que você saiba muito
bem a trama, mas vai que você passou os últimos 30 “nanons”, quer dizer, anos, em algum planetinha “no braço direito da via láctea”, o
resuminho a seguir é para você:
A Princesa Xaron (Xuxa) é a filha do governante do planeta Antar, o
rei Jorney. Quando Xaron era criança, um conquistador, chamado Ratan, provocou uma guerra, com o
objetivo de conquistar o planeta para si. Ele matou o rei, provocou a
destruição de parte do planeta e escravizou seu povo, principalmente as
crianças. Enquanto a princesa se manteve sob o domínio de Ratan, três príncipes
(Dedé, Zacarias e Mussum) conseguiram fugir e se uniram ao Cavaleiro Sem Nome
(Didi). Dez “nanons” se passaram, a princesa já é adulta e não tem conhecimento
das coisas que acontecem no reino, pois é impedida de sair do castelo. Porém,
os três príncipes e o cavaleiro conseguem contar a Xaron toda a verdade. A
princesa se alia aos revolucionários e... bom, vocês já sabem que o final é
feliz, afinal é um filme da Xuxa com os Trapalhões!
Orçamento e produção
Criar esse mundo paralelo custou cerca
de US$ 600 mil, o maior investimento
feito pelos Trapalhões até aquele momento (Jornal do
Brasil – 18/06/1989). Metade do orçamento veio da Columbia Pictures
e o restante veio da Art Filmes, Renato Aragão Produções Artísticas, Xuxa
Produções e ZDM (empresa que representava Zacarias, Dedé e Mussum) (Jornal do Brasil, 04/04/1989).
Não só o investimento foi maior, o tempo dedicado à produção também foi aumentado em quase o dobro (cerca de 9 semanas, em contrapartida das usuais 5 semanas). Parte disso graças aos efeitos especiais – alguns inéditos no cinema brasileiro.
Hoje, 30 anos passados, uma
geração mais jovem pode assistir ao filme e, injustamente, chamar os efeitos de
“toscos”, mas em 1989, no Brasil, isso era o que podemos chamar de “dar seu
melhor”. Olha só:
“GPS” de Ratan: na cena em que o vilão acompanha a trajetória
dos heróis, a técnica utilizada foi a de se filmar gráficos de computador, que
foram transportados para 35 mm e depois projetados de forma a mesclar as duas
cenas realizadas separadamente.
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A tecnologia de localização em tempo real de Antar: à frente do Planeta Terra |
Matte Painting: você já deve ter ouvido falar no efeito matte
que alguns cosméticos prometem, aquele tom aveludado, sem brilho. No cinema, a
função não era tão diferente, era maquiar um cenário de forma que parecesse o que não é. Ou seja, em algumas cenas de “Princesa Xuxa”, partes do cenário são
apenas pinturas.
“Foi a parte mais árdua. Precisávamos filmar
cada cena e refilmá-la, a partir do seguinte processo: revelar o filme,
projetar o fotograma sobre um vidro que é pintado e depois recolocá-lo na mesma
cena, com a mesma cronometragem de luz para a sua refilmagem. Cenas tão
trabalhosas e que só podem aparecer na tela por, no máximo, 8 segundos, ou fica
perceptível que é uma pintura”. Nonato Estrela, diretor de fotografia
– O Globo, 22/06/1989
Alvarenga nos contou que essa era uma prática comum em Hollywood e acrescentou um cuidado a mais na produção: “Por exemplo: a Xuxa, ao sair em uma determinada cena, tinha que sair em um ponto específico, para não esbarrar no vidro”.
Chicote laser de Ratan: sem dúvida, o maior destaque dos
efeitos especiais. E quem passou a infância vendo e revendo aquela cena do
embate do vilão e Diron não imagina como foi difícil fazê-la.
“A cena foi toda filmada com uma corda normal e depois, na edição, o
efeito do laser tinha que ser inserido “frame a frame”. No cinema, normalmente,
são 24 frames por segundo. Multiplicando essa quantidade pelo número de segundos
que esse efeito precisava estar presente no filme, dá para ter um pouco de
noção da dificuldade de finalizar a cena. Foi algo inédito no cinema brasileiro
e levou meses para ficar completamente pronto. Vendo a cena pronta, ficamos
orgulhosos de terem levado o cinema infantil brasileiro àquele nível.” José Alvarenga Junior
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O chicote laser de Ratan, na verdade, era uma corda comum. Na pós produção, o "laser" foi inserido frame a frame |
O clima das filmagens
Por vezes o horário das filmagens
se estendia das 8 até às 23h. Profissionalismo em primeiro lugar, mas também
tinha muita diversão, “era leve, divertido”, relembra Alvarenga. A própria Xuxa
disse, no programa “Os Trapalhões”, que dava
vontade de jogar tudo fora depois de filmado só para fazer de novo. Não
porque estava ruim, mas sim porque não queria que acabasse.
Filmar “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” foi um momento especial para muitas pessoas da equipe, como para o cantor Juninho Bill. Ele nos contou que, além de ter sido marcante conviver com os Trapalhões, foi no set de filmagem que eles (o grupo Trem da Alegria), apesar de já conhecerem a loira há muitos anos, tiveram um tempo maior juntos com a Xuxa.
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O Trem da Alegria em cena: trabalho e diversão ao mesmo tempo |
Outro momento “fofo” foi relatado
por Xuxa no programa “Xuxa 12 anos com
você”, de 10/10/1998. A Rainha disse que, durante o intervalo das
filmagens, Zacarias sumiu da locação e
foi exclusivamente até o seu sítio buscar “cajá”, pois sabia que a loira
adorava a fruta.
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Zacarias: sempre pronto em agradar à Rainha |
Renato Aragão também não ficava
atrás ao demonstrar o seu afeto. Para a
revista Manchete, de 22/04/1989, ele declarou: "Logo no início das filmagens (de O Trapalhão na Arca de Noé), senti que
ela tinha algo além de modelo", não medindo elogios à Xuxa. No
especial de três anos do Xou da Xuxa, Renato complementou ao dizer que, vendo o
filme, ele teve a certeza de que “a Xuxa é uma estrela, de outro planeta”.
Elogios à Xuxa não vinham só dos que estavam frente às câmeras...
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"Xuxa é uma estrela, de outro planeta" - derrete-se Renato Aragão ao falar da loira |
Elogios à Xuxa não vinham só dos que estavam frente às câmeras...
“Xuxa atriz” e seu profissionalismo:
Ao ser perguntado como foi
trabalhar com Xuxa, o diretor José Alvarenga Júnior nos fala que eles tiveram
muito cuidado, pois, por ela não ser atriz, era necessário explicar a cena de
uma forma que fizesse com que ela chegasse a um “gatilho” (ou seja, à emoção
que aquela cena exigia). “Xuxa se deixou conduzir e foi muito bom
trabalhar com ela”, relembra.
Outro integrante do elenco que destacou o profissionalismo da Rainha foi Breno Moroni, em entrevista ao livro de Rafael Spaca, “O Cinema Dos Trapalhoes - Por Quem Fez E Por Quem Viu” (2016) : “A Xuxa sempre me pareceu uma profissional exemplar, uma operária da arte dela, do ofício dela (...) ela chega sempre na hora, está sempre pronta (...) Ela é educada com todo mundo, nunca vi ela dar um chilique, ela é uma excelente profissional”.
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José Alvarenga orienta Xuxa durante as filmagens: "muito bom trabalhar com ela" |
Outro integrante do elenco que destacou o profissionalismo da Rainha foi Breno Moroni, em entrevista ao livro de Rafael Spaca, “O Cinema Dos Trapalhoes - Por Quem Fez E Por Quem Viu” (2016) : “A Xuxa sempre me pareceu uma profissional exemplar, uma operária da arte dela, do ofício dela (...) ela chega sempre na hora, está sempre pronta (...) Ela é educada com todo mundo, nunca vi ela dar um chilique, ela é uma excelente profissional”.
Mauro Wilson, um dos roteiristas do filme, também no livro citado: "A Xuxa é puro carisma, além de linda. Acredito que ela funciona bem".
Tão bem, que acabou influenciando
a personalidade da Princesa, agregando características consideradas até mesmo a
frente do tempo em que o filme foi lançado:
“Com a Xaron, começa o empoderamento
feminino, pois ela se rebela, vai lutar com os guerreiros. Na verdade, essa
atitude da Princesa tem a ver muito com a Xuxa. Ela é muito inteligente,
sagaz”. José Alvarenga Junior
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Empoderamento feminino: muito antes do tema se tornar recorrente nas histórias, Xaron já tinha dado um passo à frente |
Alvarenga nos contou que conheceu a loira no primeiro dia de filmagem do filme. E, segundo o diretor, a primeira cena filmada não era uma cena qualquer e sim uma das mais emblemáticas: a cena em que a Princesa nada no lago, supostamente sem nenhuma peça de roupa. Estando nua ou não, nada de impróprio é mostrado no filme. Alvarenga considera a cena muito bonita, sendo “sensual, sem mostrar nada”. O diretor também nos contou que ela não está no filme gratuitamente, pois ela serve para ajudar a construir o romance entre Xaron e Diron.
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A cena de Xaron nadando no rio: primeira a ser filmada |
O romance como diferencial
“A Princesa Xuxa e os Trapalhões” se diferencia dos filmes
anteriores dos Trapalhões, pois, segundo o diretor, nesse ele pode trabalhar um
pouco melhor a parte do romance:
“No filme, Xuxa e Renato vivem um romance de
verdade. Tem a cena que eles rolam no chão, com uma trilha sonora bacana. Era
sensual, não mostrava nada, mas a criança entendia que eles tinham algo. A
criança também se apaixona. O público torce por eles”.
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O público torce pelo romance de Xaron e Diron e não se decepciona |
A torcida do público é recompensada através da cena final do longa.
“Na cena final, Diron olha para a câmera e
corta para a imagem da nave espacial, sendo que o som ao fundo era de risadas
de ambos (Xaron e Diron). Coloquei isso, pois fazia parte do personagem, o
público entendia o Didi e ficava feliz que ele teria o relacionamento com
aquela mulher linda. Eles saem daquele planeta, daquele conflito e puderam,
enfim, viver o seu romance”. – conta Alvarenga
“A Princesa Xuxa e os Trapalhões” se preocupou em criar um universo
único, com uma mitologia própria, mas é
impossível não se lembrar da saga dos Skywalker (Star Wars). Nonato
Estrela, diretor de fotografia do filme, em entrevista a Rafael Spaca, disse
que houve, sim, inspiração em Star Wars: “todo filme tinha algum conceito”.
Porém, em vários detalhes do roteiro, nota-se que as semelhanças estão também
nas diferenças. Achou estranho? Em Star Wars, um letreiro informa que “há muito, muito tempo, em uma galáxia muito,
muito distante”....
Na história, estrelada por Xuxa e
os Trapalhões, é ao contrário: acompanhamos a história do planeta Antar no futuro e o planeta não ficava muito
longe de nós. No início do filme, é dito que ele fica localizado “no braço direito da Via Láctea, em um
sistema de estrelas gêmeas”. Estrelas gêmeas... Sim, ao contrário do nosso
sistema solar, Antar orbita dois sóis. Os anos nesse planeta chamam-se
“nanons”; há animais de estimação de duas cabeças chamados “gatorros” e não se
mede distâncias utilizando, como unidade de medida, metros ou quilômetros e sim
“fergusos”. No planeta, ainda há uma planta mística chamada “Solarium
magnífico”, que desabrocha quando os dois sóis de Antar estão no mesmo
quadrante, significando que uma nova era está surgindo.
Alvarenga nos diz que a maioria dessas ideias já vinha no roteiro, de Mauro Wilson e Paulo de Andrade. Porém, uma das ideias veio dele e, ao contrário do que muitos pensam, ela não foi para “imitar” ou homenagear Star Wars. No filme, os guardas de Ratan usam capacetes sem mostrar o rosto, lembrando os guardas do Império de Darth Vader: os Stormtroopers. Porém, essa ideia, segundo o diretor, veio da necessidade de se utilizar figurantes como guardas, ao invés de atores, devido ao orçamento do filme, que já estava ficando curto. Se ele colocasse figurantes mostrando os rostos no filme, ele poderia comprometer o resultado do longa, pois, por não serem atores, eles poderiam não atuar bem.
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Os soldados de Star Wars e os soldados de Princesa: homens sem rosto, mas com um propósito |
Merchandising:
Outro desafio solucionado por
José Alvarenga Júnior foi a inclusão de merchandisings em um filme futurista,
que se passava em outro planeta. A menção a alguma marca precisava ser orgânica
dentro do enredo: “A tendência, ao
colocar um ‘merchan’, é de o público reclamar, pois ele quebra o fluxo natural
do que está sendo contado. Na TV, o espectador encara melhor o merchandising;
no cinema, não.”
A inclusão, na trama, de uma nave
espacial do planeta Terra facilitou a veiculação de diversas marcas, como
Toshiba e Transportadora Mercúrio.
Outros merchandisings foram veiculados nos créditos iniciais (como a Galinha Azul, da Maggi, participando do desenho da Xuxa e dos Trapalhões) e nos créditos finais (quando a história já tinha acabado e, por isso, não haveria o risco de marcas como Café Pelé, Água Indaiá ou Viação São Geraldo atrapalharem a experiência do público).
Outros merchandisings foram veiculados nos créditos iniciais (como a Galinha Azul, da Maggi, participando do desenho da Xuxa e dos Trapalhões) e nos créditos finais (quando a história já tinha acabado e, por isso, não haveria o risco de marcas como Café Pelé, Água Indaiá ou Viação São Geraldo atrapalharem a experiência do público).
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"Merchans" mais explícitos nos créditos iniciais e finais para não prejudicar o andamento da história |
O merchandising preferido do
diretor é o da Coca-Cola. Ele disse
que trabalhou na veiculação da marca de ponta a ponta: desde a ideia inicial,
até os detalhes: “Foi incrível colocar a
Coca-Cola, uma das marcas mais conhecidas do mundo, daquela forma. Os
habitantes de Antar, espantados, com medo de algo que é tão comum para nós. Aí
incluímos uma trilha de terror... Gosto muito dessa cena”.
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O Ministério de Antar adverte: refrigerante pode ser prejudicial à sua saúde, proteja-se! |
Mudanças no roteiro e cenas simplificadas:
Se a inserção de um ‘merchan’
tinha que ser a mais natural possível, a adaptação de algumas cenas do roteiro
também tinha que acontecer. Não dava para seguir tudo à risca, fosse pelo custo
ou pela complexidade de execução.
“O primeiro roteiro era muito maior (em
termos de grandiosidade das cenas), lembro que tinha, no roteiro, lutas no
deserto... Mas essas mudanças são normais. Todo filme tem dificuldades. Por
exemplo: os negativos eram comprados em dólar e o dólar, como hoje, também
flutuava. Então, era preciso enxugar algumas coisas, pois, por conta desses
fatores externos, o orçamento também acabava diminuindo”. José Alvarenga Junior
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Por conta do orçamento, cenas de grandes batalhas no deserto de Antar acabaram cortadas na revisão do roteiro |
Juninho Bill também nos contou que algumas cenas que ele esteve presente tiveram que ser modificadas: o “caminhão” do castelo de Ratan era muito lento e teve uma cena em que as crianças estavam em cima dele. Por conta da lentidão, receberam a seguinte orientação do diretor: “façam os movimentos em câmera lenta, porque a gente vai acelerar o take na edição”.
Pré-estreia do filme:
Cenas modificadas, filme
editado... Uma obra cinematográfica pronta! Havia chegado o momento de mostrar
o trabalho de tantos meses para o grande público.
A pré-estreia aconteceu no dia 19/06/1989 (uma segunda-feira), nos
cinemas Art-Casashopping 2 e 3, na Barra da Tijuca. Enquanto no Art-Casashopping
2 estavam presentes 700 convidados da produção, no Art-Casashopping 3 havia 450 crianças do Orfanato São José, de
Jacarepaguá. Fazer uma sessão de cinema, em primeira mão, para crianças
carentes já era uma tradição dos Trapalhões. Os baixinhos adoraram a presença
do quarteto de humoristas, do grupo Trem da Alegria, mas a maior emoção mesmo
foi ver a Xuxa de perto, cantando, dançando e falando com as crianças tal como
no programa de televisão.
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Xuxa, Os Trapalhões e o Trem da Alegria estiveram presentes na pré-estreia no dia 19/06/1989 |
Campanha beneficente com a LBA:
Trazer crianças de um orfanato
para ver o filme não foi a única ação social envolvendo “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”. Em parceria com a LBA - Legião
Brasileira de Assistência - firmou-se uma parceria de que no dia da estreia,
22/06/1989, no Brasil todo, um ingresso infantil poderia ser trocado por um
agasalho. A arrecadação seria distribuída entre 291 instituições carentes
assistidas pela entidade (Correio
Braziliense, 22/06/1989).
A campanha foi lançada
oficialmente na manhã do dia 22/06/1989, no Rio de Janeiro, quando estiveram
presentes Xuxa, Os Trapalhões e o presidente da LBA, Irapoan Cavalcanti.
Como já era previsto, a campanha
foi um sucesso, tendo sido arrecadados milhares de agasalhos. Devido ao êxito,
no Xou da Xuxa especial de natal, exibido em 25/12/1989, o presidente da LBA foi entregar a Xuxa a “Medalha do Mérito
Legionário”. Segundo o presidente, essa era a mais importante medalha da área
social do país.
Essa seria apenas a primeira ação
beneficente envolvendo lançamentos de filmes da Rainha. No ano seguinte, por
exemplo, ainda viriam outras, também com parceria da LBA.
Divulgação
No dia da estreia do filme, 22/06/1989, o Xou da Xuxa destacou o
longa-metragem durante todo o programa e contou com a participação dos
Trapalhões durante um dos blocos. Até o momento da gravação daquele Xou, Xuxa
ainda não tinha visto nenhuma cena do filme.
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Xuxa viu junto com seus baixinhos as primeiras cenas do filme, no palco do "Xou da Xuxa" |
Já no programa “Os Trapalhões”, de 02/07/1989, durante
um bloco, Xuxa, os Trapalhões e Trem da Alegria estiveram vestidos com o
figurino do filme e contaram curiosidades sobre a produção.
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Depois de receber os Trapalhões no Xou, foi a vez da loira visitar o programa do quarteto |
A divulgação do filme continuou
durante outros programas dos Trapalhões exibidos em julho/1989. O quarteto de
humoristas fazia perguntas à plateia com relação ao longa metragem e quem
respondia corretamente ganhava uma bicicleta.
Curiosidades:
Igual, mas diferente: os baixinhos que estavam acompanhando o Xou
naquela manhã, se fossem ao cinema à tarde, notariam que as cenas exibidas no
programa eram um pouco diferentes. Não foi exibida nenhuma cena inédita, porém,
todas as cenas exibidas no Xou eram versões alternativas de cenas que entraram
para o filme.
Cartão Cultura: quem também aproveitou o lançamento do filme
foi o grupo Brazilian Foods, que eram um dos líderes do mercado de tickets
refeição. Com o objetivo de expandir as atividades, o grupo associou-se ao
empresário Sérgio Ribeiro, dono dos direitos de comercialização de “Princesa
Xuxa", para testar a receptividade do "cartão cultura". O
invento daria ao portador acesso gratuito a casas de espetáculo, cinemas e
teatros credenciados a operar com essa nova modalidade de ingresso (O Globo,
18/06/1989). O lançamento do cartão foi publicado nos principais jornais
brasileiros nos dias próximos ao lançamento do filme, citando, nos anúncios, “A
Princesa Xuxa e os Trapalhões”.
Crítica especializada x público
O filme foi recebido de maneira
mista pela crítica especializada. Como pontos positivos, os jornalistas ressaltaram
a qualidade da produção. Porém, também houve críticas à história, por não
oferecer novidades (O Globo,
22/06/1989) e à interpretação de Paulo Reis como Ratan (Jornal do Brasil, 22/06/1989). No “Xou da Xuxa” especial de 3 anos, a
Rainha rebate a crítica da revista Veja, cujo título era: "A união faz a
força ladeira abaixo", dizendo:
"A Veja é uma revista séria, mas a revista
tem alguns empregados que não são tão sérios quanto ela. Não me cobre por ser
atriz. Eu não sou atriz. Eu sou uma modelo, modéstia a parte, das melhores.
(...) Tem três coisas fundamentais para ser uma grande atriz: juventude, saúde
e garra. Outra coisa: eu sou séria no trabalho. Eu estou onde eu estou por
conta do trabalho. Trabalhe sério também, igual a mim".
Porém, o filme não era feito para os críticos e sim, para as crianças. Logo, ele precisava agradar apenas a elas. E isso o longa-metragem cumpriu com louvor!
O jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul/RS, de 10/07/1989 enfatizou que, apenas no domingo, dia 09/07/1989, mais de 2 mil crianças congestionavam a calçada do cinema. Muitos que queriam ver o filme, não puderam ver, pois não havia mais ingressos. Esse mesmo cenário se repetiu nos finais de semana seguintes (O Pioneiro, 17/07/1989 e 25/07/1989).
“As crianças vibravam, gritavam. Isso era
gratificante. Eu não tinha filhos na época desses filmes, mas fazia pensando
neles, no que eles iriam gostar. Hoje tenho 4 filhos, todos já assistiram aos
filmes e eles riram nos momentos que eu achei que eles iriam rir”. (José Alvarenga Junior nos contando
que após o lançamento foi a algumas sessões apenas para ver a reação das
crianças)
Bilheteria:
O filme foi lançado em cerca de
140 salas do Brasil inteiro (Jornal do Brasil, 18/06/1989)
com a expectativa de bater um público próximo a 5 milhões de espectadores.
A julgar pela recepção calorosa do público, era esperado que a expectativa chegasse bem próxima da realidade. E chegou! Mesmo concorrendo com o blockbuster americano "Indiana Jones e a Última Cruzada", que havia estreado uma semana antes, o filme da Xuxa e dos Trapalhões bateu o herói interpretado por Harrison Ford: até o final de julho, o último filme da trilogia clássica de Indiana Jones havia atraído cerca de 3 milhões de espectadores, contra 3.579.189 de Princesa Xuxa (Jornal do Brasil, 02/08/1989).
Até setembro, 4.018.764 espectadores tinham visto “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” (Jornal do Brasil - 16/10/1989). Esse mesmo número está publicado no site da Ancine - Agência Nacional de Cinema. Porém, em 1989, havia muitos cinemas no interior do Brasil que demoravam a receber as cópias dos filmes. Então, é provável que o filme continuou sendo exibido por mais um tempo, pelo menos, até o final de 1989.
O Jornal do Brasil de 10/08/1991 divulgou que o público final do filme foi de 4.310.085 espectadores, mesmo número que consta na contracapa do VHS lançado em 1998 pelo jornal O Globo. Sendo 4.018.764 ou sendo 4.310.085, o fato é que o longa-metragem foi um sucesso incontestável!
Lançamentos em home vídeo:
“A Princesa Xuxa e os Trapalhões” foi lançado em VHS pela Globo
Vídeo já no mês de agosto do mesmo ano. O lançamento inicialmente previsto para
a semana do dia 17/08 sofreu um atraso por um bom motivo: com apenas três dias
de lançamento, foi necessário parar para selecionar os pedidos, tamanha a
procura pelo filme! Por conta disso, as fitas só começam a ser entregues às
locadoras, lojas e magazines a partir do dia 25/08/1989 (Revista AMIGA, 28/08/1989). O sucesso foi tanto que Princesa Xuxa foi a 4º fita mais vendida de 1989, com 11.026 cópias (Jornal do Brasil, de 10/02/1990).
A propaganda da fita era
veiculadas nos intervalos da Rede Globo (como no meio da exibição do Jornal
Nacional, de 19/10/1989), e no ano seguinte também inserida em outras fitas
lançadas pela Globo Vídeo, como “Xou da
Xuxa 2”, “Lua de Cristal” e “O
Mistério de Robin Hood”.
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"Princesa Xuxa e os Trapalhões" foi a 4ª fita de videocassete mais vendida de 1989 |
Dois relançamentos do filme em VHS aconteceram: um em meados dos
anos 90, pela "Reserva Vídeo Especial" e outro dentro da coleção
“Férias com Os Trapalhões”, do jornal O Globo. Comprando o jornal de
19/12/1998, e pagando mais R$ 4,90, levava-se o pôster, a fita do filme e um
ingresso de adulto para assistir ao lançamento de Renato Aragão na época,
"Simão, o Fantasma Trapalhão".
Em DVD, o longa-metragem teve dois lançamentos: um no final de 2001, pela Som Livre e outro em setembro de 2008, pela Europa Filmes.
Em DVD, o longa-metragem teve dois lançamentos: um no final de 2001, pela Som Livre e outro em setembro de 2008, pela Europa Filmes.
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O primeiro lançamento do filme em mídia digital (Som Livre - 2001) |
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No relançamento em DVD pela Europa Filmes, o filme ganhou uma luva (slipcase) que reproduzia a arte da capa. Em compensação, os extras (making of e videokê) foram limados |
Visto que, atualmente, o público
consome menos mídia física e acaba assistindo filmes por plataformas de
streaming, neste ano, “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” foi incluído no
catálogo da Globosat Play, estando também disponível pelo aplicativo NOW, para
os assinantes da NET ou Claro TV.
Curiosidades:
- Ora pois pois: Princesa Xuxa, junto com o filme "O Casamento dos Trapalhões", foi distribuído em fitas de videocassete em Portugal pela empresa Vista Vídeo (Jornal do Brasil - 29/04/1990)
- 99 ou 112 minutos? Os fãs mais detalhistas talvez tenham notado que na VHS do filme, lançada pela Globo Vídeo, é dito que o filme tinha 112 minutos. Essa informação também era replicada nos jornais, nas fichas técnicas do filme, a cada reprise do filme na Rede Globo ou na TV paga. Porém, na verdade, o filme possui 99 minutos, ou seja, 13 minutos a menos.
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O filme nunca teve 112 min, mas essa informação só foi corrigida no relançamento de 2008 |
Os créditos finais do filme demonstram que houve cenas cortadas, como a da Amanda com um dos guardas do castelo, bem como algumas cenas seriam maiores, como o discurso de posse da Rainha Xaron para seu povo. O trailer do filme também mostra cenas que ficaram de fora no corte final. Então, existia a dúvida: será que chegou a existir uma versão de 112 minutos de “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”?
José Alvarenga Júnior nos disse
que não. A versão que foi aos cinemas era a versão definitiva. Porém, ele disse
que, durante o processo de edição do filme, muitas cenas “caíram” (ou seja,
foram filmadas e foram cortadas na edição): “Prezo
muito pelo ritmo de um filme. O ritmo é o rei. Pode ser sido a cena mais cara
da produção: se ela não está funcionando na história, eu corto”.
Exibições na televisão:
Se em Portugal, o filme seria
lançado em home video, na França houve negociações com o Canal Plus, para
exibição na TV do país (Jornal do
Brasil, 29/04/1990).
Já aqui no Brasil, a primeira
exibição de “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” na Rede Globo foi no dia 05/01/1992, um domingo. O filme foi
exibido no lugar do programa “Os Trapalhões”, às 18h10. A última vez que a
emissora o exibiu foi em 21/07/2005. Na TV paga, ele foi exibido inúmeras vezes no Canal Brasil (Globosat), entre 1999 e 2008.
Neste ano, o canal Viva, também
da Globosat, exibiu o filme nos dias 30/03/2019, 31/03/2019 e 06/04/2019.
Você Sabia?
📆 As filmagens do longa começaram
em 13/02/1989 (Revista Amiga, 06/02/1989)
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Xuxa chega para as filmagens na cidade cenográfica de Antar |
⛰️ Eram três as locações. Enquanto
as cenas de estúdio foram filmadas na “Ponto
Filmes” (tal como “Super Xuxa” e os últimos filmes dos Trapalhões), a parte
da história que se passava no deserto foi filmada na Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro/RJ. Já as cenas que se passavam no esconderijo
dos rebeldes foram feitas na floresta da
Tijuca. Alvarenga nos conta que, tanto a locação do deserto, quanto a
locação da floresta eram locais muito fáceis e pertos de se chegar, o que
facilitou bastante a produção.
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O deserto de Antar era, na verdade, na Barra da Tijuca |
📺 Havia 45 televisores na nave especial usada no filme (Manchete, 22/04/1989);
♻️ O nome do vilão, RATAN, tem as mesmas letras do nome do planeta que se passava a
história: ANTAR (Correio
Braziliense, 22/06/1989);
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O nome do jogo é "crie o nome de seu filho a partir do nome do planeta" _ Ratan, Natra,Taran, Artan e Narta: |
👸 A atriz que interpretou o papel
de Princesa Xaron quando criança foi a mesma atriz que viria interpretar a
Maria da Graça criança em "Lua de Cristal" (1990). Seu nome é Adressa Koetz e ela, anos depois, viria
a fazer novelas na Globo, como "Andando nas Nuvens" (1999) e "O
Clone" (2001);
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Adressa Koetz: a primeira Xuxinha no cinema a gente nunca esquece |
🤔 Se o sobrenome estava errado na
abertura do filme, o que dizer do nome da sua personagem? A revista Amiga a
chamou de Xena, a revista Manchete a
chamou de Xaren. Já a revista
Contigo chegou a chamar de Xana
(!?). E os erros não ficaram restritos ao período das filmagens. Se na
contracapa da VHS lançada pela Globo Vídeo a grafia estava certa (Xaron), o
mesmo não pode se dizer do relançamento da fita pelo jornal O Globo de 1998:
chamaram a personagem de “Xeron”. Os
lançamentos em DVD, em 2001 e 2008, seguiram o erro e continuaram a chamando de
“Xeron”;
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Xaron, Xena, Xeron, Xana, Xaren Muita princesa pra nascer de um nome só... |
🎬 A mesma empresa responsável
pela abertura em desenho animado de “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”, Sketch
Filmes, viria a produzir a última
abertura do Xou da Xuxa, que ficaria no ar do dia 26/03/1990 até o término
do programa;
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Se você se lembrava de Princesa Xuxa quando via a abertura do "Xou", você tinha razão |
🤝 Esse filme foi o primeiro filme
coproduzido pela Xuxa Produções e ainda marcou o início da parceria da empresa
da loira com a Art Films/Columbia Pictures, que seriam aliados em todos os
filmes produzidos pela XP até 1991: "Lua
de Cristal" (1990), "O
Mistério de Robin Hood" (1990), "Sonho de Verão" (1990), "Inspetor Faustão e o Mallandro" (1991) e "Gaúcho Negro" (1991).
No futuro de um passado já distante...
No futuro de um passado já distante...
No final do longa-metragem, Xaron
e Diron partiram, de nave espacial, rumo ao Planeta Terra, rumo ao desconhecido.
Diferente dos personagens do filme, revisitar "A Princesa Xuxa e os
Trapalhões" foi partir ao encontro de velhos amigos, pois nós, assim como
muitos os que viram e reviram o filme na infância, guardamos uma forte memória
afetiva dele.
Por isso, não podemos deixar de
fazer um agradecimento especial a José Alvarenga Junior e Juninho Bill, por
toda a disponibilidade e gentileza e por nos ciceronear nessa viagem.
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Passaram-se 30 anos, mas a mensagem do filme sempre será atual para quem mantiver o coração aberto como era quando criança. |