Por: Jamur
Você acredita em duendes? Se você foi criança em 2001 e foi ao cinema assistir ao filme “Xuxa e os Duendes”, e não passou a acreditar, pelo menos passou a desconfiar que talvez eles possam existir. Esse foi o grande mote de divulgação do novo longa-metragem da Xuxa.
Você acredita em duendes? Se você foi criança em 2001 e foi ao cinema assistir ao filme “Xuxa e os Duendes”, e não passou a acreditar, pelo menos passou a desconfiar que talvez eles possam existir. Esse foi o grande mote de divulgação do novo longa-metragem da Xuxa.
Além de toda a campanha de
marketing do filme, a principal responsável por colocar esse questionamento em
voga foi a própria Xuxa. Em todas as entrevistas, a Rainha era enfática em
afirmar que tinha visto duendes em duas ocasiões. Engana-se quem pensa que a Xuxa
apenas inventou essa história para divulgar o filme. Se na coletiva de Popstar
(2000) ela já tinha falado disso, nos anos seguintes ao lançamento, a loira
continuou sustentando essa história. O caso mais célebre foi no Altas Horas
(Rede Globo) de 28/03/2009, em que sua declaração repercutiu tanto quanto na
época do filme. A última menção foi no “Xuxa Meneghel” de 05/12/2016, especial
dos anos 80, no quadro em que a Xuxa de hoje conta para a “Xuxa do Xou” que ela vai
ver os seres mágicos.
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Para a Revista CONTIGO! de 12/12/2000, a declaração sobre os duendes chamou mais atenção que a coletiva do filme "Xuxa Popstar" |
A Rainha não é a única que afirma que viu duendes. No mundo, há uma série de estudos
sobre o assunto e em algumas regiões do planeta essa crença é praticamente
unânime entre a população. Recentemente, o Globo Repórter, exibido em 22/07/2016,
informou que na Islândia um prefeito de uma cidade chegou a tombar uma pedra,
pois várias pessoas tinham dito que viram duendes na mesma. No país, muitas
estradas têm longos desvios, que são
feitos para não desalojar os duendes. O filme não ignorou esses
acontecimentos e procurou trazer profissionais especializados para a sua
elaboração, como a escritora argentina Liliana Chelli e a esotérica Anna Maria
Dalle Luche.
Contexto histórico
Todo esse cuidado mostra que
Duendes vinha com uma proposta bem
diferente da linha adotada nos dois filmes anteriores de Xuxa: “Xuxa
Requebra” (1999) e “Xuxa Popstar” (2000). Se nesses longas-metragens a ideia
era trazer o Planeta Xuxa para cinema, privilegiando as atrações musicais em
detrimento à história, nesse buscou-se não somente criar um enredo mais
consistente, mas criar todo um universo, que possuía regras próprias.
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Mais uma vez os duendes roubam a cena de Popstar... Dessa vez na Revista Minha Novela de 11/12/2000. |
Desta forma, Xuxa procurou seguir a tendência do
mercado cinematográfico na época (leia-se a franquia Harry Potter, que teve seu primeiro filme lançado 1 mês antes de Duendes): apostar numa história fantástica, misturando
o mundo real ao mundo mágico. Porém, mais que apostar no gênero fantasia,
Duendes representava a vontade da Xuxa em voltar a contar histórias para
crianças.
Só que a declaração de Xuxa sobre
seu contato com duendes virou motivo de chacota nos meios de comunicação.
Enxergando além, Xuxa e sua equipe decidiram que era hora de reverter isso a
seu favor e assim nasceu a ideia de fazer o filme dos duendes.
Escalação do elenco –
um filme a parte
Como no filme não cabiam as
atrações musicais da moda, a ideia era trazer personalidades (a grande maioria
não atores) para os papéis principais. Essa ideia foi justificada por um dos
diretores do filme, Paulo Sérgio de Almeida. Ele, que já havia dirigido “Sonho
de Verão” (1990) e “Xuxa Popstar” (2000), afirmou à revista Carta Capital de
12/12/2001 que “o público quer ver uma
história, mas quer ver também personalidades. Não é a toa que Caras vende tanto”.
Com essa ideia na cabeça, em
junho/2001 começaram a ser feitos os convites.
- O
encontro das três loiras - Xuxa, Angélica e Eliana: constantemente chamadas
de rivais, as apresentadoras já tinham mostrado em ocasiões anteriores que não
havia hostilidade entre elas, como no lançamento do parque “Hopi Hari” em 1999. A ideia era de também mostrar essa paz nos cinemas.
Angélica rapidamente confirmou sua presença no filme. Convidada de um
dos Planeta Xuxa exibidos em julho/2001, a atual esposa de Luciano Huck foi
lançar seu CD e as duas já divulgaram a novidade (antes mesmo de Angélica
assinar o contrato).
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Declarações de Eliana às revistas ANAMARIA (23/07/2001) e TiTiTi (17/09/2001) |
A personagem que Eliana faria, Fada Mel, foi então interpretada pela cantora Wanessa Camargo;
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Revista TiTiTi de 13/08/2001 |
- Quem seria o par romântico de Xuxa? - A cada novo filme da Xuxa, a expectativa era saber quem seria o
novo galã da Rainha. Após Daniel, escolhido através de pesquisas com o público
em Xuxa Requebra (1999) e Luigi Barichelli em Xuxa Popstar (2000), a ideia era
manter o padrão de ter um homem desejado da época.
O primeiro nome cotado foi Rodrigo Santoro (Jornal Extra, de
27/06/2001).
Outro nome especulado foi Reynaldo Gianecchini, que confirmou o convite em declaração ao Jornal Extra de 30/06/2001.
De acordo com a revista Contigo de 14/08/2001, até Márcio Garcia foi cotado para ser o galã do longa-metragem. Para ilustrar a escalação de atores, o Jornal Extra fez uma arte bem curiosa baseada no desenho "Os Smurfs":
Chegando próximo do início das
filmagens e diante da dificuldade de encontrar o par romântico, optou-se por
excluir a parte de romance do filme
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Trecho da notinha publicada na edição de 03/07/2000 da Revista CONTIGO! |
Outro nome especulado foi Reynaldo Gianecchini, que confirmou o convite em declaração ao Jornal Extra de 30/06/2001.
De acordo com a revista Contigo de 14/08/2001, até Márcio Garcia foi cotado para ser o galã do longa-metragem. Para ilustrar a escalação de atores, o Jornal Extra fez uma arte bem curiosa baseada no desenho "Os Smurfs":
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Jornal EXTRA de 09/07/2001: os atores cogitados |
Gugu foi um dos últimos a entrar para o elenco e o tempo entre o
convite e o início das filmagens foi recorde. Gugu falou em sua coluna da
revista Tititi, de 27/08/2001 que havia recebido o convite havia poucos dias e
que em menos de 24 horas estava lendo o roteiro, rapidamente aceitando a
proposta.
Outras mudanças no elenco de
Duendes ainda ocorreram:
- Tomate: o assistente atrapalhado da botânica Kira estava cotado
inicialmente para ser interpretado por Luciano
(da dupla Zezé di Camargo & Luciano), publicamente declarado fã da
Xuxa. Porém, ele acabou sendo interpretado por outro Luciano: o Huck,
apresentador da Rede Globo;
- Duende Rodim: o duende mais veloz da aldeia estava cotado
inicialmente para ser interpretado por Ronaldo
Fenômeno. O jogador chegou a confirmar que faria o filme (Jornal Extra de
09/07/2001). Todavia, o personagem acabou sendo interpretado por David Brazil,
repórter do Planeta Xuxa na época;
- Gorgon: inicialmente pensou-se no nome de Fábio Jr para ser o vilão da fita (essa não foi a primeira vez em
que cotou-se o cantor/ator para participar de um filme da Xuxa – mas esse é
assunto para um próximo post).
O papel acabou sendo interpretado por Guilherme Karan, reeditando a batalha do bem contra o mal de “Super Xuxa Contra Baixo Astral” (1988). Os demais nomes do elenco, como Alface (Tadeu Mello), Nanda (Debby Lagranha), Rainha Zinga (Ana Maria Braga) e Fada Morgana (Luciana Gimenez), aparentemente, foram os primeiros cotados e que aceitaram prontamente.
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Jornal EXTRA 24/07/2001 |
O papel acabou sendo interpretado por Guilherme Karan, reeditando a batalha do bem contra o mal de “Super Xuxa Contra Baixo Astral” (1988). Os demais nomes do elenco, como Alface (Tadeu Mello), Nanda (Debby Lagranha), Rainha Zinga (Ana Maria Braga) e Fada Morgana (Luciana Gimenez), aparentemente, foram os primeiros cotados e que aceitaram prontamente.
Pioneirismo
Além da polêmica dos duendes e da
escalação de personalidades, outro destaque de “Xuxa e os Duendes” foi o seu pioneirismo no que se refere à tecnologia.
O longa-metragem de Xuxa foi um dos primeiros filmes do mundo a utilizarem
câmeras “24P Digital HD”, que tinham filmagem, edição e finalização digital, ou
seja, sem utilizar película. O aluguel dessas duas câmeras custou R$ 275 mil.
Na época, George Lucas estava usando as mesmas para as filmagens de “Star Wars
– Ataque dos Clones”, que seria lançado em 2002.
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Jornal O DIA (20/08/2001) |
Diler Trindade, em depoimento
para os extras do DVD, informa que Duendes foi o terceiro filme no mundo a ser lançado com a tecnologia digital.
Marcelo Siqueira, da Teleimage, responsável pelos efeitos especiais, especifica
que o longa-metragem foi o primeiro da
América Latina.
Devido ao desconhecimento dos
técnicos brasileiros com a nova tecnologia, a produção do filme trouxe o
americano Rafael Aladame, diretor de engenharia da Panavision, para certificar
de que as câmeras estavam sendo utilizadas da maneira correta.
Atualmente, a maioria dos filmes
são feitos sem película e utilizando tecnologia digital. Infelizmente, principalmente
pelo preconceito que o nome da Xuxa causa em algumas pessoas, esse pioneirismo
é pouco lembrado. Mas, doa a quem doer, esse é mais um fator que faz com que Xuxa esteja na história do cinema.
Efeitos especiais
Além do pioneirismo das câmeras,
“Xuxa e os Duendes” utilizou efeitos
especiais inéditos no Brasil, segundo Patrick Siaretta, da Teleimage. De
acordo com Marcelo Siqueira, apenas para os clipes das fadas Melissa (Angélica)
e Mel (Wanessa Camargo), foram 40 dias de trabalho na pós-produção, 24 horas
por dia, com uma equipe de 6 pessoas.
Destaque para o clipe da fada
Melissa (Angélica), que contou com uma floresta criada 100% no computador. As
asas das duas fadas – quando em movimento – também foram criadas digitalmente.
O longa-metragem conta a história de Kira (Xuxa), uma botânica
misteriosa, que fala com as plantas e adivinha a previsão do tempo. Kira, além
de causar estranhamento nos seus assistentes Alface (Tadeu Mello) e Tomate
(Luciano Huck), também causava estranhamento nela mesmo, que se questionava
constantemente quem ela era. As suas primeiras lembranças são de poucos anos
atrás: ela sozinha, com um sapatinho na mão, o dia em que ela conheceu Cléo
(Zilka Sallaberry). Porém, um acontecimento faz com que o passado de Kira venha
à tona: um troll prende um duende
chamado Damiz (Leonardo Cordonis) na parede de sua vizinha e amiga Nanda
(Debby Lagranha).
Esse fato faz com que duas fadas procurem Kira: Mel (Wanessa Camargo) e Melissa (Angélica). Logo, elas descobrem que o responsável por prender Damiz foi Gorgon (Guilherme Karan), um empresário que junto com o seu sócio Rico (Gugu Liberato) estavam pretendendo comprar e derrubar a casa de Nanda para construir um empreendimento. O público acaba descobrindo que Gorgon era, na verdade, um duende que veio para o mundo dos humanos sem autorização, que a casa de Nanda era um portal para o mundo das fadas e que Gorgon, destruindo a casa, pretendia matar o futuro rei dos duendes (Damiz), destruir o portal das fadas e assim colocar em risco o mundo dos elementais. Só quem podia combater Gorgon era a Duende da Luz, que estava no mundo dos humanos e atendia pelo nome de... Kira.
Até se chegar a esse roteiro final, saíram algumas especulações na imprensa de como seria o filme. Entre elas, verifica-se que algumas ideias foram descartadas como, por exemplo, o par romântico da Xuxa ser um gnomo, amigo das fadas e que Xuxa faria o papel dela mesma (revista Viva Mais de 29/06/2001). Em um dos tratamentos do roteiro, o nome de alguns personagens também eram diferentes como a de Ana Maria Braga, que se chamaria Flora e a personagem da Xuxa, que se chamaria Liz. Essas mudanças são explicadas pelo fato de que, no início de julho/2001, tinha-se apenas 10% do texto do filme pronto (jornal Extra de 09/07/2001).
Esse fato faz com que duas fadas procurem Kira: Mel (Wanessa Camargo) e Melissa (Angélica). Logo, elas descobrem que o responsável por prender Damiz foi Gorgon (Guilherme Karan), um empresário que junto com o seu sócio Rico (Gugu Liberato) estavam pretendendo comprar e derrubar a casa de Nanda para construir um empreendimento. O público acaba descobrindo que Gorgon era, na verdade, um duende que veio para o mundo dos humanos sem autorização, que a casa de Nanda era um portal para o mundo das fadas e que Gorgon, destruindo a casa, pretendia matar o futuro rei dos duendes (Damiz), destruir o portal das fadas e assim colocar em risco o mundo dos elementais. Só quem podia combater Gorgon era a Duende da Luz, que estava no mundo dos humanos e atendia pelo nome de... Kira.
Até se chegar a esse roteiro final, saíram algumas especulações na imprensa de como seria o filme. Entre elas, verifica-se que algumas ideias foram descartadas como, por exemplo, o par romântico da Xuxa ser um gnomo, amigo das fadas e que Xuxa faria o papel dela mesma (revista Viva Mais de 29/06/2001). Em um dos tratamentos do roteiro, o nome de alguns personagens também eram diferentes como a de Ana Maria Braga, que se chamaria Flora e a personagem da Xuxa, que se chamaria Liz. Essas mudanças são explicadas pelo fato de que, no início de julho/2001, tinha-se apenas 10% do texto do filme pronto (jornal Extra de 09/07/2001).
Locações e cenário
As locações começaram a ser
escolhidas em junho/2001, antes mesmo do texto do filme estar todo pronto. Duas
se destacam:
- O local onde Kira se encontra
novamente com a sua família no final do filme é o mesmo onde foi feita a festa
de 3 anos de Sasha (revista Conta Mais de 03/10/2001);
- O lugar onde Kira se encontra
com Cléo (Zilka Sallaberry) chama-se Mesa
do Imperador e fica próximo à Vista
Chinesa, famoso ponto turístico do Rio de Janeiro. Essa foi a mesma locação
utilizada por Xuxa para a gravação do clipe de “Natal da Xuxa”, para o especial
de natal de 1988.
Todavia, boa parte do filme foi
feita em estúdio, no Pólo de Cine e Vídeo. O cenário do filme custou em torno
de R$ 200 mil (jornal Extra de 28/08/2001).
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E o Natal da Xuxa virou Duendes... |
Filmagens
As filmagens começaram no dia
18/08/2001 e terminaram no dia 20/09/2001. Xuxa gravou suas primeiras cenas no dia
27/08/2001 (jornal Extra de 28/08/2001).
A imprensa esteve presente em
peso em dois dias específicos. No dia 07/09/2001, em pleno feriado de
Independência do Brasil, Xuxa gravava suas cenas juntamente com Angélica,
Wanessa Camargo e Luciano Huck no cenário da estufa de Kira. Nesse dia,
Angélica e Wanessa encerravam as suas participações no filme (revista Minha
Novela de 17/09/2001).
Já no dia 19/09/2001 foi filmado
a penúltima cena do filme, a última envolvendo a Kira jovem. As filmagens dessa
cena se estenderam das 14h às 3 da manhã (jornal O Dia de 21/09/2001). Nesse
dia, Gugu fala à revista Minha Novela de que ficou impressionado com o
conhecimento de Xuxa sobre cinema, que ela o ajudou a decorar o texto e ainda
deu dicas de interpretação.
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O diretor Paulo Sérgio de Almeida, Xuxa e parte do elenco |
Patrocínios
Uma das maiores críticas aos
filmes da Xuxa, desde “Super Xuxa Contra Baixo Astral” (1988) é o excesso de
merchandising, muitas vezes sendo inseridos de maneira não muito harmoniosa
dentro dos longas. “Xuxa e os Duendes” mudou esse paradigma ao não colocar
nenhum dentro do filme: há apenas um antes dos créditos iniciais e outro nos
créditos finais.
O primeiro foi uma cota de
patrocínio adquirida pela Coca-Cola
pela “modesta” bagatela de R$ 1 milhão (jornal O Dia de 05/11/2001). A gigante
do mundo das bebidas tinha um objetivo com essa ação: divulgar os sucos Kapo.
Voltados ao público infantil, eles foram lançados no mercado brasileiro em
setembro/2001 (Diário de Cuiabá, de 22/08/2001).
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Quem não se lembra da locução "Kapo: as frutas de beber apresentam..." |
O outro patrocínio foi da Embelleze, que investiu R$ 200 mil em
Duendes (jornal O Dia de 13/11/2001). O merchandising da empresa, que já
patrocinava o quadro Transformação do Planeta Xuxa, usou a mesma tônica do
programa: transformou o visual da ex-paquita Ana Paula Almeida, que já participava
do filme fazendo figuração, como uma duende.
Pré-estreias
“Xuxa e os Duendes” teve diversas
pré-estreias. A primeira foi no dia 30/11/2001,
no Rio de Janeiro. Ela foi exclusiva
para as crianças da Fundação Xuxa Meneghel (jornal O Dia, de 01/12/2001).
Essa também foi a primeira vez que Xuxa viu o filme pronto, o que a deixou
emocionada.
No dia seguinte, ocorreu uma pré-estreia em São Paulo, com a
presença de parte do elenco. Uma matéria sobre o evento foi ao ar no Domingo Legal
do dia 02/12/2001. Ainda houve mais uma pré-estreia com o elenco no dia
08/12/2001 no Rio de Janeiro, onde
Xuxa volta a afirmar: “Vocês podem me chamar de louca, mas volto a dizer que
eles existem” (revista Quem de 14/12/2001).
Por fim, ocorreu a pré-estreia beneficente, no dia 13/12/2001, em diversos cinemas do Brasil. Com essa atitude, Xuxa volta à tradição de ajudar os mais necessitados no lançamento dos seus filmes, como em “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” (1989) - agasalhos e em “Lua de Cristal” (1990) – alimentos não perecíveis.
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Xuxa na pré-estreia do filme no Rio de Janeiro, em 30/11/2001 |
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Xuxa e o elenco durante a pré-estreia realizada em São Paulo no dia 1º/12/2001 |
Por fim, ocorreu a pré-estreia beneficente, no dia 13/12/2001, em diversos cinemas do Brasil. Com essa atitude, Xuxa volta à tradição de ajudar os mais necessitados no lançamento dos seus filmes, como em “A Princesa Xuxa e os Trapalhões” (1989) - agasalhos e em “Lua de Cristal” (1990) – alimentos não perecíveis.
Com Duendes, os realizadores (Xuxa Produções, Diler & Associados,
Warner e Globo Filmes) e exibidores (como o UCI e o Cinemark) abriram mão de
seus lucros, fazendo com que 100% da
bilheteria fosse destinada a 20
instituições de caridade, entre elas: Associação de Apoio à Criança contra
o Câncer (São Paulo), Rio Clínica Cardiológica Infantil (Rio), Associação
Movimento Avante Lençóis (Bahia), Projeto Previdência (Minas Gerais),
Associação de Assistência à Criança Deficiente (Rio Grande do Sul), Grupo de Apoio
à Criança com Câncer (Sergipe) e a Casa Sonhos de Criança (Maranhão).
Essa ação acabou levando mais de 30 mil pessoas aos cinemas no dia
13/12/2001, fazendo com que se arrecadasse R$ 120 mil, valor que foi
repartido igualmente para todas as instituições (Jornal Extra de 13/12/2001).
A primeira vez que Xuxa exibiu
imagens do filme no seu programa foi no Planeta Xuxa de 25/11/2001.
No domingo seguinte, o programa de Gugu exibiu diversas cenas do filme (mais de dez minutos), entre elas, basicamente todas as cenas envolvendo o seu personagem, Rico. Com isso, exibiu-se quase na integra a cena decisiva do filme, em que Kira reencontra seus pais e Damiz é levado de volta a sua aldeia. Chamou atenção que uma cena (o encontro das fadas Mel e Melissa com o Rico) foi exibida no Domingo Legal com uma edição diferente do corte final do filme. No programa ainda foi exibida uma tela escrita “Fim”, na mesma fonte do título de Duendes, que foi limada da edição final do longa-metragem. Também foi exibido um clipe de diversas imagens do filme ao som de “O Maravilhoso Mundo dos Duendes” (a primeira vez que a música foi executada na íntegra na televisão).
No domingo seguinte, o programa de Gugu exibiu diversas cenas do filme (mais de dez minutos), entre elas, basicamente todas as cenas envolvendo o seu personagem, Rico. Com isso, exibiu-se quase na integra a cena decisiva do filme, em que Kira reencontra seus pais e Damiz é levado de volta a sua aldeia. Chamou atenção que uma cena (o encontro das fadas Mel e Melissa com o Rico) foi exibida no Domingo Legal com uma edição diferente do corte final do filme. No programa ainda foi exibida uma tela escrita “Fim”, na mesma fonte do título de Duendes, que foi limada da edição final do longa-metragem. Também foi exibido um clipe de diversas imagens do filme ao som de “O Maravilhoso Mundo dos Duendes” (a primeira vez que a música foi executada na íntegra na televisão).
Produtos licenciados, trilha sonora e home vídeo
Xuxa e os Duendes (2001) pode não ser o filme com maior bilheteria de Xuxa, mas, sem dúvida, é o filme que mais colocou itens no mercado. A história dos seres elementais atiçou a fantasia dos espectadores e também o interesse de várias empresas, além de ter uma trilha sonora feita exclusivamente para o filme, algo que não acontecia desde Lua de Cristal (1990), e que foi lançada em CD. Mas esse tópico rende uma postagem especial que será feita a parte e publicada nessa quarta-feira. Fique de olho ;)
Críticas
Xuxa e os Duendes (2001) pode não ser o filme com maior bilheteria de Xuxa, mas, sem dúvida, é o filme que mais colocou itens no mercado. A história dos seres elementais atiçou a fantasia dos espectadores e também o interesse de várias empresas, além de ter uma trilha sonora feita exclusivamente para o filme, algo que não acontecia desde Lua de Cristal (1990), e que foi lançada em CD. Mas esse tópico rende uma postagem especial que será feita a parte e publicada nessa quarta-feira. Fique de olho ;)
Críticas
Como já era comum nos demais
filmes da Xuxa, Duendes foi recebido com desconfiança pela crítica
especializada. Contudo, todos foram unânimes em afirmar que ele representava um avanço em comparação
com os anteriores.
Elogiou-se o fim do merchandising
em excesso, os efeitos visuais e a tecnologia digital (O Globo, Folha). E
criticou-se o roteiro fraco e a presença de diversos não atores nos papeis
principais (O Globo, O Dia, Revista Tudo, Folha).
Bilheteria
Mudar a linha dos filmes foi uma decisão ousada, pois esse modelo estava dando muito certo. Voltando rapidamente aos filmes anteriores: “Xuxa Requebra” (1999) foi o recordista do cinema brasileiro da chamada “retomada” (período que tem início em 1995, com o filme “Carlota Joaquina, a Princesa do Brasil”), com o público de 2.074.461 espectadores (de acordo com o site da Ancine – Agência Nacional do Cinema). Já “Xuxa Popstar” conseguiu ir além. Com uma bilheteria de 2.394.326 espectadores, ele não somente era o recordista do cinema brasileiro, mas até novembro/2001 ele era o recordista do cinema considerando todos os filmes de 2001 (sim, TODOS os filmes daquele ano). Isso significa dizer que ele fez mais bilheteria que filmes como Shrek, Náufrago, O Retorno da Múmia e Jurassic Park 3 aqui no Brasil.
Com Xuxa e os Duendes, o sucesso de Xuxa se solidificou e ela definitivamente havia se tornado a Rainha do Cinema Brasileiro. Se havia alguma desconfiança por parte dos investidores do filme que ele não daria certo, pois havia deixado a fórmula de sucesso dos anteriores, ela foi logo dissipada pelo sucesso avassalador de Duendes.
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Antes de Xuxa e os Duendes: O Jornal O GLOBO publicou uma relação com as maiores bilheterias de 2001 |
Com Xuxa e os Duendes, o sucesso de Xuxa se solidificou e ela definitivamente havia se tornado a Rainha do Cinema Brasileiro. Se havia alguma desconfiança por parte dos investidores do filme que ele não daria certo, pois havia deixado a fórmula de sucesso dos anteriores, ela foi logo dissipada pelo sucesso avassalador de Duendes.
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Jornal O DIA (16/01/2002) |
Lançado em 300 salas, no dia 14 de dezembro de 2001, o filme foi visto por 2.657.091 espectadores (de acordo com a Ancine – Agência Nacional do Cinema), se tornando automaticamente o recordista da “Retomada” do Cinema Nacional. Xuxa recebeu a placa comemorativa por ter ultrapassado 2,5 milhões no Planeta Xuxa Jogos de Verão especial de Carnaval das mãos de Diler Trindade.
Como já era de costume, Xuxa venceu o concorrente da Disney, desta vez, o cultuado “Monstros S/A”. Lançado com basicamente o mesmo número de salas de Xuxa (292), o filme da Pixar fez 2.300.000 espectadores. Segundo o Jornal Extra de 28/08/2001,”Xuxa e os Duendes” era o filme mais caro da Xuxa (orçamento de 3,8 milhões). A meta de Diler Trindade era atingir 2,5 milhões de espectadores e de faturar R$ 10 milhões. A previsão do Diler foi quase acertada: o filme arrecadou R$ 11.681.917,00.
Outras curiosidades
- Paloma Meneghel, sobrinha de
Xuxa, gravou cenas como a Kira criança.
Essas cenas, que provavelmente seriam utilizadas como flashback em algum
momento do filme, foram limadas da
versão final;
- O visual “riponga” de Kira foi criado pelo famoso cabeleireiro Mauro Freire e o figurinista Marcelo Cavalcanti (que acompanha a apresentadora até hoje);
- Tinha-se a intenção de dublar o filme em espanhol, para assim lança-lo na América Latina, México e EUA (para conquistar o público hispânico);
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A sobrinha de Xuxa, Paloma: não foi dessa vez... |
- O visual “riponga” de Kira foi criado pelo famoso cabeleireiro Mauro Freire e o figurinista Marcelo Cavalcanti (que acompanha a apresentadora até hoje);
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Mauro Freire faz os ajustes no aplique de Xuxa |
- Tinha-se a intenção de dublar o filme em espanhol, para assim lança-lo na América Latina, México e EUA (para conquistar o público hispânico);
- A placa do carro de Kira tem o
número 1963, ano de nascimento de
Xuxa;
- Gugu Liberato, na coletiva de lançamento do filme, enfatizou que seus pais também viram duendes em Portugal;
- Gugu Liberato, na coletiva de lançamento do filme, enfatizou que seus pais também viram duendes em Portugal;
- Quando Gorgon prende Kira na
parede, ao lado do irmão Damiz, a silhueta que aparece é a de uma Kira de
cabelos curtos.
- Há uma cena em que Kira “quebra a 4º parede” (expressão utilizada quando um personagem de um filme/peça passa a ter a consciência de que está sendo assistido por um público e passa a interagir com o mesmo) e convoca as pessoas que acreditam na força da natureza a baterem palmas. O mesmo recurso foi utilizado na animação que a Disney fez para Peter Pan, personagem que Xuxa sempre gostou.
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Parede multiuso: corta cabelo de um e engorda o outro |
- Há uma cena em que Kira “quebra a 4º parede” (expressão utilizada quando um personagem de um filme/peça passa a ter a consciência de que está sendo assistido por um público e passa a interagir com o mesmo) e convoca as pessoas que acreditam na força da natureza a baterem palmas. O mesmo recurso foi utilizado na animação que a Disney fez para Peter Pan, personagem que Xuxa sempre gostou.
- “Xuxa e os Duendes” estreou na
TV aberta no dia 03/01/2005, dentro do Festival Nacional. O filme da loira
acabou sendo a maior audiência do
Festival, com 37 pontos de média, contra 9 da Record e 6 do SBT (jornal O
Globo, de 11/01/2005);
- O filme, na verdade, se passa em 2031, ano em que uma avó conta para o neto a história dos Duendes. A data exata, revelada no final do filme, é 27/03/2031, dia em que, na vida real, Xuxa completará 68 anos.
Apesar de alguns veículos de comunicação divulgarem, antes mesmo do seu lançamento, que havia a intenção de fazer uma sequência para o filme, sem dúvidas, tal como em Hollywood, foi o sucesso do filme que validou o projeto de "Xuxa e os Duendes 2 - No Caminho das Fadas". Mas isso é assunto para 2017!
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A personagem Kira em 2031 |
Mas antes disso, não se esqueça: quarta-feira tem um post especial sobre todos os produtos licenciados, a trilha sonora e o lançamento do filme em home vídeo!