Por: Leandro Franco
SESSENTA edições! CINCO anos!
Chegamos ao fim dos nossos posts sobre a Revista
da Xuxa no formato de gibi vendido em bancas. Hoje falaremos das três
últimas edições: 58, 59 e 60, publicadas no último trimestre de 1993. Como dissemos num post
prévio, a Revista da Xuxa foi a única revista baseada em artistas da TV que
restou no mercado naquele ano. Trapalhões, Sérgio Mallandro, Chaves, Gugu...
todos já tinham publicado sua última edição nessa época.
O final do gibi da loira não teve
qualquer menção na publicação, nada de “última história” ou edição especial com
caráter retrospectivo, simplesmente ACABOU.
Logo, logo nós chegaremos lá, antes disso faça seu download, leia e venha
comentar conosco tudo o que reservavam as últimas edições da revistinha.
Edição 58
 |
Clique aqui para download da versão digitalizada da revistinha nº 58 |
Na capa dessa edição temos mais um figurino “real”: Xuxa
apresentou o Xou da Xuxa em 1992 usando o modelo que, obviamente, foi a
inspiração para o Cosme fazer a arte.
Oi? Quem é o Cosme? Bom, ele era o Chefe de Arte da
revistinha até a edição 47, mas foi na edição 45 que pudemos vê-lo num momento
“além vida”.
Será que ele psicografou a capa? Como sabemos que foi ele? Ele fez
questão de assinar o desenho – única vez que isso aconteceu na Revista da Xuxa.
“A gente gosta de brincar de circo...” e o Moderninho
também, mas quando o boneco de espuma está por perto, podem ter certeza que vem
confusão das grandes.
Aliás, grande mesmo era a Xuxa nessa história. Como explicar
que ela tenha o mesmo tamanho do carrinho do sorveteiro com o guarda-sol. Uma
Xuxona!
Se a Xuxa estava gigante no quadrinho, isso deve ser porque
estavam desenhando-a proporcionalmente ao sucesso. Na história “Quem tem medo
de Fantasmas” descobrimos que Xuxa faz sucesso até no outro mundo! Cadê o
Gasparzinho em participação especial?
Vamos do mundo sobrenatural para o mundo Elemental: Xuxa
apareceu de fada para um baile a fantasia. Uma fantasia tirada lá dos sonhos do
Praguinha... lembram da edição 32 (Agosto de 1991)?
 |
Se vocês se lembram da edição 32 não sabemos, mas certamente se lembram desse bicão do Wander... Viram a "participação especial" dele no quadrinho aí de cima? |
Em “Uma Barata na Sala”, o Cosme (ele de novo!) resgatou
outro figurino “real”. Olha aí a Xuxa com a roupa do Show de Xuxa (Argentina)
num programa de agosto de 1992.
Ah, o Cosme agora canta também... Viram o disco
dele no som da Xuxa? Pra dupla sertaneja, só falta o Damião...
Voltando ao modelito da capa, ele também deu o ar da graça
na historinha que fecha o gibi, mas na versão “sem-boina-com-xuquinhas”.
História daquelas muito bem desenhadas , característica especial do estúdio
“Amâncio Produções”. Vai deixar saudade...
Quem disse que o programa XUXA não agradava aos baixinhos?
No Correio da Xuxa tivemos algumas cartinhas elogiando o programa da loira. Mal
sabiam essas leitoras que justamente no mês que a cartinha delas foi publicada,
o programa chegaria ao fim.
E não é que uma leitora fez a mesma observação que nós fizemos
sobre a capa da edição 55?
Edição 59
 |
Clique aqui para download da versão digitalizada da revistinha nº 59 |
Uma das capas mais bonitas da história da Revista da Xuxa, a
penúltima edição trouxe uma versão “alternativa” do figurino usado pela loira
lá na edição 56, só trocaram as cores.
Na história de abertura, Xuxa estava toda derretida por um
tal de Fabinho, mas parece que o moço não queria nada com ela... Praga e
Moderninho é que foram abrir os olhos da loira sobre as reais intenções do
rapaz, mas parece que ela não se conformou.
Se o Moderninho e o Praga tentaram proteger Xuxa dos perigos
de uma desilusão amorosa, foi a própria Xuxa que protegeu o Paulista, a Angel e
o Mumu de perigos bem mais concretos causados por um carinha nada legal. Aproveitem pra dar tchau ao Paulista, aqui
ele encerra sua participação nos gibis da loira.
A história seguinte também é de “despedida”, o índio amigo
de Xuxa, Tupinixim, faz sua última aparição nas historinhas. Uma longa
participação que começou lá na n.0. Tupinixim foi um personagem exclusivo dos
quadrinhos e que rendeu muito mais que muito personagem “real” da Turma da
Xuxa.
Penúltima edição é praticamente penúltimo capítulo de
novela, os personagens secundários têm seu destino fechado para no último o
foco estar nos principais. Nessa regra temos ainda quatro outras despedidas:
1. Pimpo, o cachorrinho n.2 de Xuxa, cai no papo do Xuxo e
troca seis por meia dúzia. Ô Xente, que xaudade – como ele diria..
2. Pavão , o coreógrafo de Xuxa,personagem inspirado no
Berry, protagoniza sua última história, que muito se assemelha a uma que fizeram
para Xuxa na edição 52. Dormir mais do que deveria, sair apressado para um
compromisso e ao chegar lembrar que não era o dia certo... Deja vu!
3. Di Junior, o surfista paquerador, aparece numa
participação na historinha do Pavão. O personagem foi inspirado no Di Junior da
produção do Xou da Xuxa. Curiosamente, o verdadeiro Di Junior não era
loiro. Di Junior protagonizou boas
histórias ao longo das sessenta edições e foi um dos personagens mais presentes
em todas as fases do gibi.
4. Vovuxa, a simpática vovó de Xuxa, não poderia sair sem
contar como conheceu o avô de Xuxa. Única personagem que teve uma história do
tipo “como tudo começou”.
No casamento da Vovuxa Tivemos um penetra! Esse homem tem máquina do tempo também?
Destaque para a Xuxa/Vovuxa com figurino dos anos 40.
Graças ao Correio da Xuxa pudemos saber que as edição 50 e 54
eram quase letais. O Ministério da Xuxa adverte: não morra porque se morrer
outro gibi você não vai ler!

Edição 60
 |
Clique aqui para download da versão digitalizada da revistinha nº 60 |
Última edição! A 60ª Revista da Xuxa encerrou seu ciclo junto com o
ano de 1993. Publicado em dezembro daquele ano, o gibi trouxe poucas diferenças de suas edições
anteriores, diferenças que foram mais evidentes no seu formato do que no seu
conteúdo: número de páginas, preço, encadernação.
Uma edição “normal” da revistinha
tinha 66 páginas (incluindo as propagandas), essa teve 114, quase o dobro. Claro
que se temos o dobro de páginas, o preço também não ficaria para trás: de
CR$270,00 (Cruzeiros reais, a moeda da época) foi para CR$550,00. Sim, mais que
o dobro! Provavelmente a justificativa por não se ter o dobro de páginas, mas ter
um preço que era mais que o dobro
ficou a cargo da encadernação. Com mais páginas, o formato utilizado não foi
aquele de grampos no meio e sim o método que envolve cola e a criação de
uma lombada (esse foi o formato adotado
pelo Almanaque da Xuxa em todas suas edições).

A capa pela primeira vez foi
feita com base em uma foto de Xuxa. Uma das cenas finais do filme Super Xuxa Contra Baixo Astral (1988)
foi a inspiração. Como o mês era
dezembro, a revista precisava de um ar natalino. A solução foi acrescentar
enfeites da natal ao fundo, sobrepor Praga e Moderninho vestidos com roupas de
Noel e trocar o famoso cristal do
filme por uma estrela. Pronto! Estrela...
Estrela de Belém, Estrela de Natal.
 |
A intenção foi boa, mas não deu muito certo: pescoço e membros grandes demais e mãos pequenas deixaram a Xuxa dos gibis desproporcional |
Não sabemos por que escolheram o filme Super
Xuxa, já que a loira, a essa altura tinha um vasto catálogo de imagens de
temática natalina que poderiam perfeitamente inspirar capas para os próximos
dez natais. Nosso palpite: uma volta ao começo; em 1988 foi publicada a primeira Revista da Xuxa, mesmo ano do
lançamento do filme.
Teorias de capa temática à parte,
nenhuma história faz menção ao Natal
ou ao fim da publicação. Na verdade temos a impressão que a equipe foi pega de
surpresa e simplesmente juntaram todas as histórias que já tinham prontas e criou-se
a última edição, o que explicaria o maior número de páginas. Algo que chama atenção é o fato
desta edição compilar os desenhos mais mal
feitos da Xuxa e sua turma. Muitos parecem estar ainda no “rascunho”. Vamos
a algumas comparações:
As histórias
A abertura traz Xuxa e Moderninho
numa aventura intergaláctica no Planeta Dróide. Apesar do desfecho ser
completamente diferente, boa parte da história nos remete a uma aventura da edição 15: Xuxa e Moderninho chegam a
uma civilização diferente da nossa, são classificados como intrusos, presos; na
prisão conhecem outro preso e que os ajudará
a escapar da enrascada. Bem parecidas, não?
A segunda narrativa traz um
recurso bastante comum nas histórias em quadrinhos: fazer os personagens
conversarem com seus “criadores”, geralmente para reivindicar alguma coisa. E
quem aparece no estúdio? Wander... estava demorando. Numa história que todos
queriam chamar de “sua”, nos despedimos Mumu, Angel e o cavalo Apolo, além das
Paquitas com novo uniforme.
Wander reaparece para revelar sua identidade secreta. Ele é o
SHAZAN (SQN). O figurante misterioso
encerra sua participação bicona nos gibis da Xuxa.
 |
Repararam na pasta do Wander? Isso explica porque ele não aparece nas edições a cargo da Amâncio Produções. Provavelmente ele é o "W" da AW. |
Outros super-heróis também
aparecem na historinha numa mistureba de fazer inveja a DC Comics e Marvel, com
direito a participação de Arnold Schwarzenegger.
Dengue e Praga vão atrás do final
do arco-íris na oitava aventura do gibi. O que foram fazer lá? Se certificar
que “toda cor tem si uma luz, uma certa
magia”?
A décima história foi realmente NOTA DEZ. Bem desenhada, bem
articulada, provavelmente feita pelo estúdio Amâncio Produções, pois o cuidado com os traços é evidente. Reparem
que essa história poderia ser da edição 58: Xuxa com a mesma roupa e o rapaz
não parece o mesmo que está na capa da antepenúltima edição? E também rolou um
“climinha” tal e qual na referida capa.
E tudo se encerra com a história “O Caçados das Estrelas”. Infelizmente, aquela que poderia ter sido memorável
foi só mais uma no meio de tantas. Outra história intergaláctica, com um traço “desengonçado”
para o desenho de Xuxa e Robuxo descaracterizado novamente, pois continuaram
pintando-o de azul.
Além de desenharem uma boca aberta na frente da Nave, ainda mudaram a cor do laço. Por que?
O enredo não é
ruim e, como dissemos, poderia estar em qualquer outra edição, até mesmo na própria
n.60, mas não deveria ser o encerramento
de uma história de 5 anos.
O último Correio da Xuxa veio pra mostrar que realmente não esperavam que a n.60 seria a última. Tivemos cartinhas que enviaram sugestões para novas histórias, novas seções e todas foram respondidas com a tradicional frase “sua sugestão está anotada e será estudada com muito carinho”.
Uma delas foi um pouco mais longe, Xuxa chega a dizer para a leitora esperar as próximas edições porque a ficha do bicho que ela queria seria publicada em breve.
Respondendo outra cartinha, Xuxa fala que está amando o novo programa, mas como? O programa saiu do ar em outubro. Claro que a carta devia ser antiga, mas não podiam ter feito uma seleção do que seria publicado para que não ficasse contraditório com a “vida real”?
Encerramos nossa abordagem a cada uma das edições da Revista da Xuxa, esperamos que tenham gostado tanto quanto nós, poder reviver (ou conhecer) todo esse universo paralelo de Xuxa. Mas sabem como é, não é? A gente termina uma revistinha e já quer logo outra... O Xuper Blog não para e vai continuar “assim” com vocês. Aguardem!
 |
Nem tudo acaba quando termina... |