De VTs instrutivos a desfile de moda, o TV Xuxa Férias se torna um programa mais refinado, variado, atrativo e musical. A atração deixou de causar a sensação de vazio e falta de conteúdo, ao contrário das temporadas anteriores no qual o programa era repleto de games - nem sempre divertidos - com a participação de celebridades da emissora. O fundo musical constante, com batida eletrônica, deixa-o com uma cara mais jovem e moderna. A duração dos VTs e atrações não excederam quase em nenhum momento deixando o programa leve e dinâmico. Os cortes estão menos perceptíveis e a edição foi muito melhorada.
Logo de início, Xuxa apresentou seus dois convidados musicais, Roupa Nova e Alexandre Pires, que de imediato cantaram suas músicas, que foram encurtadas. O grupo Roupa Nova permaneceu durante todo o programa, abrindo e encerrando a atração - formato que começou na temporada de 2011 do programa mas que durou pouco tempo. Alexandre Pires permaneceu apenas um bloco.
O novo cenário, associado à platéia melhor distribuída e ao jogo de câmeras, tornou o programa menos artificial e com mais clima de auditório, deixando de lado os takes da platéia que antes eram gravados antes de começar a gravação, em que o público presente encenava aplausos e animação para ser usado na edição final.
O TV Xuxa voltou as origens e passou a ser tematico, assim como em sua primeira temporada em 2005, quando o programa era focado para o público infantil, que seguem o mesmo esquema de antes, com uma vinheta produzida em computação gráfica e com narração da apresentadora - com a diferença que são abordados vários temas. Com isso o programa se torna mais datado, colocando em evidência as comemorações nacionais e dando assim um toque mais cultural e até patriota.
Um dos temas, que abordou a folia de reis, serviu de gancho para a brincadeira feita com Alexandre Pires, no qual pessoas próximas do cantor se fantasiaram de três reis magos para ser feita uma surpresa para o cantor. Uma ideia genial que uniu diversão e cultura - algo que faltava nos games anteriores e deixava o programa com cara de "Vídeo Show" e "Video Game".
O "Tô na Xuxa", desta vez em homenagem a Elvis Presley, parece definitivamente se desprender da sua proposta inicial e se limitou novamente a externas com o Fly, que não mais pede para ninguém do público pagar mico, a não ser ele mesmo. O dançarino é carismático e divertido, mas a externa de hoje se estendeu um pouco além do que deveria e não mostrou muito a que veio.
A externa comandada por Bernardo Mesquita, o eterno príncipe da Xuxa, teve uma melhora na edição e ganhou um toque mochileiro, bem propício para o programa de férias, além de também trazer conteúdo cultural, que desta vez explorou a cidade de Porto Seguro na Bahia. A edição foi dinâmica e a duração curta, na medida.
O papo descontraído com Thalita Rebolsas, que também aproveitou o gancho de um dos temas abordados (dia do leitor) também trouxe uma novidade para o quadro das entrevistas, já que a conversa foi focada em um tema específico - no caso, os livros escritos pela autora nacional de obras que são sucesso de vendas - e não entrou em questões pessoais.
A participação de Paulo Goulart e Nicete Bruno traz uma certa inovação nas típicas homenagens de programas de auditório feitas para as celebridades. O lado poético e a recriação de momentos especiais da vida dos atores lembra um pouco o que o "Gente Inocente" fazia em suas homenagens, porém com crianças, e talvez canse um pouco parte do público que procura no programa apenas música e entretenimento.
O único problema nessa temporada continua sendo o mesmo desde a estréia do formato de auditório, em 2008: pouca duração para muito material gravado, e o que acaba rodando são os momentos "solta a franga" da apresentadora, que na gravação deste programa se soltou no embalo das músicas e muito pouco disso foi aproveitado na edição final. Do mais, o novo "TV Xuxa" é só elogios. O ano começou muito bem!